Mitigação DDoS pode parecer um assunto “velho”, mas você sabia que no 1º trimestre de 2025 já foram bloqueados cerca de 20,5 milhões de ataques DDoS, praticamente o mesmo volume de todo o ano de 2024? Esse dado evidencia que a ameaça DDoS não apenas cresce em volume, como também em sofisticação.
Neste artigo vamos explorar tecnicamente as três principais abordagens de mitigação DDoS, cloud, local (on-premises) e híbrida, analisando funcionamento, vantagens, limitações e como decidir qual melhor se aplica à sua rede. E se precisar, a Protectum está pronta para auxiliar na implementação.

O que é mitigação DDoS e por que ela é essencial?
A mitigação DDoS refere-se ao conjunto de técnicas e infraestruturas que visam detectar, filtrar e neutralizar ataques de negação de serviço distribuída (DDoS — Distributed Denial of Service) antes que causem indisponibilidade ou degradação de serviços críticos.
Ela é essencial porque:
- Interrompe serviços online, impactando negócios, reputação e contratos.
- Ataques DDoS aumentam o risco de outros vetores de ataque, como intrusão ou ransomware.
- Conforme o ambiente de rede evolui (cloud, borda, IoT), também evoluem os vetores de ataque, exigindo defesas adequadas.
Assim, ao avaliar a abordagem, é preciso entender o ambiente de rede, os recursos protegidos e as metas de disponibilidade e desempenho.
Como funciona a mitigação DDoS em cloud?
A abordagem de mitigação em nuvem (cloud) consiste em encaminhar o tráfego da rede ou dos serviços para um provedor externo especializado em proteção contra DDoS, que opera grandes redes de filtragem, purificação de tráfego e “scrubbing” antes de devolver tráfego limpo ao destino.
Funcionamento típico:
- O endereço IP público ou a frente da rede é re-roteado para passar por um “scrubbing centre” no provedor cloud.
- O provedor identifica tráfego malicioso / volumétrico (L3/L4) ou de aplicação (L7), filtra/descarta, e envia tráfego legítimo.
- Beneficia-se de escala massiva: redes globais, múltiplos PoPs, alta capacidade de mitigação.
- Transparência para o cliente: geralmente requer apenas configuração de roteamento ou DNS.
Vantagens principais:
- Escalabilidade quase ilimitada: ataques de grande escala (ex: 7,3 Tbps) já foram mitigados por provedores cloud.
- Tempo de resposta reduzido: a maioria da infraestrutura já está pronta, reduzindo tempo de implantação.
- Custo operacional menor: não há necessidade de adquirir ou manter hardware específico para alta escala.
Limitações a considerar:
- Dependência de terceiros: se o provedor tiver falha ou restrição, a mitigação pode ser afetada.
- Latência/roteamento: para ambientes altamente sensíveis à latência, o redirecionamento pode gerar impacto.
- Visibilidade reduzida no ambiente interno: a infraestrutura interna da empresa pode não ver todo o tráfego antes da filtragem, o que pode limitar análises forenses ou comportamentais.
Quais são as vantagens e limitações da mitigação local (On-Premises)?
A abordagem local ou on-premises consiste em instalar e operar internamente a infraestrutura de mitigação DDoS: hardware ou software dedicados, filtragem no perímetro da rede, e controle direto pelo time de segurança.
Funcionamento típico:
- Equipamentos de mitigação (por exemplo, scrubbing, IPS, firewalls, sistemas de detecção) são instalados dentro da rede ou no data centre da empresa.
- O tráfego de entrada passa por esses dispositivos antes de alcançar os serviços críticos.
- O time de segurança interno configura e monitora o sistema, definindo políticas, thresholds, alertas e resposta.
Vantagens principais:
- Controle total sobre a infraestrutura: visibilidade completa do tráfego e personalização das políticas de mitigação.
- Menor latência potencialmente: já que o filtro acontece mais próximo dos serviços.
- Privacidade e compliance: todos os dados permanecem sob o domínio da organização, o que é relevante para ambientes regulados.
Limitações a considerar:
- Capacidade limitada: ataques volumétricos muito grandes podem exceder a capacidade local, tornando-se ineficazes.
- Custo elevado: aquisição de hardware, manutenção, atualização e pessoal especializado.
- Escalabilidade e agilidade: ajustar rapidamente para novos vetores de ataque ou volume pode ser mais demorado comparado à cloud.
Por que a mitigação híbrida está ganhando espaço?
A abordagem híbrida combina o melhor das duas opções: faz-se parte da mitigação localmente e parte na nuvem ou via provedor externo. Essa arquitetura permite que a empresa mantenha controles internos enquanto aproveita a escala da cloud para lidar com picos extremos.
Funcionamento típico:
- O tráfego padrão passa pela infraestrutura local de mitigação.
- Em caso de ataque volumétrico ou quando os thresholds são atingidos, o tráfego é redirecionado para um scrubbing externo (cloud) automaticamente ou manualmente.
- Políticas de mitigação divididas: local para vetores mais previsíveis, cloud para bursts de alto volume ou multivetor.
Vantagens principais:
- Maior flexibilidade e resiliência: consegue lidar com ataques moderados localmente e migrar para escala cloud quando necessário.
- Economia e controle otimizado: evita que toda a mitigação ocorra via cloud, reduzindo custo, enquanto mantém visibilidade local.
- Melhor adaptação a diversos cenários de ataque ou compliance.
Limitações a considerar:
- Complexidade de configuração e gestão: requer integração entre sistemas locais e provedores externos.
- Potencial custo adicional: manter duas infraestruturas (ou capacidades) pode exigir investimentos.
- Dependência de automatismos corretos: se o failover ou redirecionamento não funcionar bem, existe risco de falha de mitigação.
Comparativo técnico: Cloud vs. Local vs. Híbrida
| Critério | Cloud | Local (On-Premises) | Híbrida |
|---|---|---|---|
| Escalabilidade de volume | Altíssima (beneficia redes globais) | Limitada à capacidade interna | Alta + flexível (local + redirecionamento) |
| Controle sobre tráfego | Menor visibilidade interna | Controle máximo | Controle intermediário |
| Latência/Proximidade | Pode haver impacto de roteamento | Minimizada se instalada perto dos serviços | Otimizada (normal local, cloud se necessário) |
| Custo inicial | Baixo para começar | Alto hardware + manutenção | Médio-alto (combinação) |
| Capacidade de resposta | Rápida para grande volume | Rápida para volumes menores/moderados | Versátil: rápida para ambos cenários |
| Complexidade operacional | Baixa para uso | Moderada-alta (equipes, manutenção) | Alta – requer orquestração entre ambientes |
| Adequação para compliance | Boa para muitos casos, mas pode haver restrições de dados ou localização | Excelente para dados sensíveis ou regulados | Boa combinação de compliance + escala |
Como escolher a melhor estratégia de mitigação DDoS para o seu ambiente de rede?
Para definir qual abordagem faz mais sentido para sua empresa, considere as seguintes perguntas:
- Qual é o volume típico de tráfego da sua rede e qual poderia ser o pico tolerável?
- Você já foi alvo de ataques DDoS ou está avaliando prevenção proativa?
- Sua infra estrutura exige latência mínima ou está distribuída geograficamente?
- Quais são os requisitos de compliance/regulação que impactam onde os dados/tráfego podem passar?
- Qual é o orçamento disponível para mitigação DDoS (capex + opex)?
- Você dispõe de equipe interna para operar soluções locais ou prefere terceirizar?
Recomendações práticas:
- Se o foco for alta escalabilidade e simplicidade de implantação: a abordagem cloud é excelente para empresas que querem mover rápido e lidar com picos massivos.
- Se o controle é prioritário, há requisitos regulatórios fortíssimos ou latência super-crítica: a abordagem local faz mais sentido.
- Se a empresa quer equilíbrio entre controle e escalabilidade, com a visão de crescimento ou ambientes híbridos (on-premises + nuvem): adotar a abordagem híbrida tende a ser a mais estratégica.
E lembre-se: a Protectum pode ajudar tanto na avaliação como na implementação da estratégia mais adequada para seu cenário de rede.
Conclusão
Portanto, ficar à mercê de ataques DDoS não é mais aceitável. Com o cenário atual em meio a ataques maiores, mais velozes e frequentes, ter uma estratégia de mitigação DDoS bem definida já é requisito para competividade e continuidade.
Avalie se sua empresa está preparada para:
- lidar com volumes extremos de ataque;
- manter visibilidade e controle sobre o tráfego;
- escalar conforme a complexidade do ambiente de rede.
Se a dúvida persiste entre qual abordagem escolher — cloud, local ou híbrida — Entre em contato conosco e fale com nossos especialistas para definir o plano ideal para seu ambiente.


